Vulva
O câncer de vulva é a neoplasia maligna que mais acomete a região genital da mulher. A vulva é consequentemente a região externa à vagina. Estudos mostram que o local mais comum do câncer de vulva é nos grandes lábios. Sendo assim, os pequenos lábios e clitoris são também acometidos pela doença, porém em frequência menor.
De certa forma, algumas mulheres desenvolvem o câncer chamado de multifocal. Ou seja, tumores que aparecem em várias partes da região íntima da mulher. Certamente, o tipo de câncer mais comum que acomete a vulva feminina é o (CEC) carcinoma espinocelular, ou carcinoma de células escamosas.
Sintomas do câncer de vulva na mulher
Os sintomas do câncer de vulva podem aparecer isolados ou combinados. Dentre eles incluem:
- Lesão na vulva. Esta lesão pode ser uma ferida, um caroço ou ainda uma alteração discreta na pele da região íntima de mulheres e senhoras.
- Coceira. Sem dúvida alguma o prurido é um dos mais frequentes sintomas da doença, porém muitas vezes pouco valorizada pela paciente
- Sangramento. As lesões malignas podem crescer quando este câncer maligno e invasivo aumenta de tamanho.
- Dor local. Certamente é um achado quando a doença está em um estágio avançado. Nestes casos o tamanho também é grande e a chance de uma cirurgia mutilante é maior.
Causas do câncer de vulva
As causas do câncer de vulva nas mulheres, certamente são uma combinação de fatores. No entanto, mulheres mais velhas tem um risco maior de desenvolver também esta doença. Portanto, alguns fatores também são gatilhos para o aparecimento do câncer vulvar.
- HPV – Papiloma Virus Humano. Sem dúvida alguma, o HPV predispõe ao aparecimento do câncer de vulva. Porém algumas lesões são precursoras como por exemplo a displasia escamosa e também o condiloma.
- NIV – Neoplasia Intra Epitelial Vulvar. Esta alteração do tecido de revestimento que compões a região da vulva pode sofrer também alterações pelo vírus HPV. A NIV é classificada em graus, sendo de 1 a 3. Geralmente as infeções pelo HPV são associadas a mulheres com menos de 50 anos. Estas pacientes são portadoras, principalmente de NIV de grau 2 e 3. Porém, nas mulheres mais velhas o acometimento é frequentemente por lesão NIV grau 3. Muitas delas estão associadas com o HPV.
- Número de parceiros sexuais. Sem dúvida, este é um fator para a mulher desenvolver o câncer de vulva. O HPV pode ser contraído mesmo com uso de preservativos. Portanto, o vírus HPV tem alta transmissibilidade e causa câncer de vulva na mulher.
- Início da vida sexual cedo. Relação sexual precoce é também um fator de risco para o surgimento do câncer de vulva.
- Exames de papanicolau alterados. Obviamente se a mulher tem exames alterados, possivelmente e portadora do vírus HPV. Dessa forma, pode desenvolver a doença mais cedo.
Diagnóstico do câncer de vulva
O diagnóstico do câncer de vulva é uma combinação dos sintomas, biópsia e exames de imagem. Na presença de uma ferida que não cicatriza na região genital da mulher devemos tomar os seguintes passos:
- Examinar a região e também colher dados com a paciente de como surgiu, como cresceu e de que forma a ferida se desenvolveu.
- Exame minucioso da região afetada, assim como de todo o aparelho ginecológico e da região pélvica.
- Colega de exame Papanicolau faz parte da avaliação.
- Avaliar a presença ou ausência de HPV na região. Existem testes para isto.
- Coleta de biópsia. Geralmente é feita com anestesia local, porém pode também ser feita com raquianestesia se houverem dificuldades.
- Colposcopia: muito útil para avaliar lesões no colo do útero. Sem duvida alguma, valiosa principalmente por ver se há dano pelo HPV.
- Exames de imagem como Ressonância Magnética, Tomografia computadorizada e inclusive Pet Scan, podem ser necessários
- Cistoscopia. Este é um exame endoscópico para avaliação da uretra e bexiga
- Colonoscopia. Da mesma forma, serve para avaliar se há envolvimento da região anal e retal.
Prognóstico do câncer de vulva
Muitas pessoas imaginam que o prognóstico do câncer de vulva esteja relacionado ao tamanho da doença. Porém, o prognóstico ou chances de cura está relacionado principalmente com os linfonodos acometidos. Sendo assim, os linfonodos inguinais são as chamadas ínguas que ficam na virilha da mulher.
Nas pacientes operadas e com linfonodos inguinais positivos, as chances de sobrevida são menores. Portanto, em pacientes com tumores do mesmo tamanho, os que tem linfonodos acometidos tem menores taxas de cura.
Estadiamento do câncer vulvar
O estadiamento do câncer vulvar leva em consideração não apenas o tamanho da doença, mas também a profundidade e o grau de invasão. Da mesma forma, os linfonodos acometidos são importante fator prognóstico.
O estadiamento do câncer vulva é classificado de I a IV, com suas variações. Em conclusão, quanto mais precoce o câncer, maiores são as chances de cura. O tratamento oncológico deve ser feito em local com experiência, para minimizar riscos e diminuir chances de complicações.
O tamanho do tumor, maior ou menor que 2 cm é muito importante. Da mesma forma, o grau de diferenciação do câncer de vulva está relacionado à agressividade. Sendo assim, uanto maior o grau, mais agressiva é a neoplasia. A presença de linfonodos e também o número de linfonodos acometidos são um divisor de águas. Cirurgias com retirada de mais de 15 linfonodos merecem acima de tudo, um tratamento mais complexo.
Tratamento
O tratamento do câncer de vulva é chamado de multimodal. Ou seja, pode ser uma combinação de cirurgia, radioterapia e quimioterapia.
Cirurgia no câncer de vulva
Nos paciente onde a doença está localizada, sem dúvida alguma o melhor tratamento é a cirurgia. Esta última consiste na retirada da lesão no local afetado. Ao contrário do que acontecia antigamente, as ressecções cirúrgicas do câncer de vulva tem sido cada vez mais econômicas, ou seja, menores.
O cirurgião oncologista deve retirar a lesão com pelo menos 1 cm de tecido saudável. Isto é chamado de ressecção com margens seguras livres. A região perineal e genital não favorece a cicatrização. Os cortes e pontos costumam abrir, resultando em infecções locais. Por isto, pode haver a necessidade de curativos repetidos.
Da mesma forma, quando há a necessidade de retirada dos linfonodos inguinais, prefere-se incisões separadas. Dois cortes tem menor chance de iguais complicações.
Pesquisa do linfonodo sentinela no câncer de vulva
A chance de metástase linfonodal no câncer de vulva aumenta com o tamanho da doença. Assim, quando o tumor e maior que 4 cm o risco é maior. Nestes pacientes, a chance de a doença estar na íngua pesquisada é maior que 25%.
A pesquisa de linfonodo sentinela no câncer de vulva é feita em pacientes selecionados. Assim horas antes o fármaco é injetado no local da ferida. Esta substância radioativa é chamada de Fitato, marcado com tecnécio. Da mesma forma, há outros fármacos radioativos disponíveis.Teoricamente esta substância ficará concentrada no primeiro linfonodo que drena o tumor.
No dia da cirurgia, o médico injeta no local do tumor uma substância chamada azul patente. Com um aparelho que mede a radiação o cirurgião procura o linfonodo. Assim também, com o auxílio da coloração azulada do linfonodo, o cirurgião identifica e realiza a pesquisa do linfonodo sentinela.
Se este linfonodo sentinela não conter células cancerígenas, então não é necessário nenhum procedimento cirúrgico. Porém, se nele contiver doença malígna a complementação da cirurgia pode ser necessária.
O procedimento complementar é chamado de linfadenectomia inguino femural. Outra alternativa seria o tratamento complementar com radioterapia.
Radioterapia e o câncer de vulva
A radioterapia é sem dúvida, uma alternativa terapêutica no tratamento do câncer de vulva. Este tratamento pode ser uma complementação naqueles pacientes que não toleram ou ainda a única opção. Na doença de grande volume tumoral, acometendo linfonodos bilaterais e também estruturas profundas, a radioterapia é um tratamento a ser considerado.
Apesar de a radioterapia não ser comprovadamente equivalente à cirurgia dos linfonodos, ou ínguas. mas pode sim ser uma forma segura de tratamento oncológico.
Quimioterapia
A quimioterapia no tratamento do câncer de vulva é assunto extenso e desafiador. Apesar disto, o uso em doença avançada tem os resultados um pouco desapontadores.
Em pacientes com doença metastática a evidência de benefícios é pequena. As pacientes portadoras do câncer de vulva são em geral idosas e com muitas comorbidades.
Quimioterapia neoajuvante no câncer de vulva
A neoadjuvância, tratamento prévio com radioterapia e quimioterapia tem sido alvo de muitos estudos. Até o momento, os resultados apontam que a cirurgia upfront, ou seja, antes da quimioterapia ou radioterapia apresenta sim vantagens.
Além do mais, a radioterapia antes da cirurgia contribui e muito para complicações da feria cirúrgica.
Quimioterapia adjuvante no câncer de vulva
A quimioterapia adjuvante é o tratamento medicamentoso feito após o tratamento cirúrgico do câncer de vulva. Neste tipo de câncer a quimioterapia tem um benefício muito pequeno.
As drogas mais usadas são as combinações de fluorouracil, cisplatina, mitomicina-C ou bleomicina. Porém, os resultados são desapontadores.
A quimioterapia atualmente tem seu uso principal nas pacientes com doença avançada e com metástases.Pode haver sim um relativo controle de dor e sintomas locais e sistêmicos, do organismo da pessoa. Mas, resultados espetaculares são incomuns.
Conclusões
Não resta dúvida que o câncer de vulva é uma doença maligna e letal. Quanto mais precoce for feito o diagnóstico, maiores serão as chances de cura. Sendo assim, alguns tratamentos são ideais nas lesões precoces. Nestes casos, como nas neoplasias intra epiteliais vaginais – NIVA, o Imiquimod é uma alternativa terapêutica.
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Ao mesmo tempo, também há muitos sites para informações sobre o assunto como o Instituto Nacional do Câncer do Brasil e também o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos.
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Autor Médico: Cleuber Barbosa de Oliveira – CRM 36865-MG | RQE Nº: 23713 Cancerologia / Cancerologia Cirúrgica | RQE Nº: 23712 – Cirurgia Geral
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