Cirurgia do Estômago e Reconstruções
Cirurgia do Estômago é uma das formas de se tratar algum tipo de doença neste orgão. O câncer gástrico é um dos tumores mais comuns em todo o mundo. A gastrectomia é um procedimento cirúrgico frequentemente utilizado para o tratamento desse tipo de câncer. Este é um procedimento que consiste na remoção parcial ou total do estômago.
No entanto, essa cirurgia pode resultar em complicações gastrointestinais graves, incluindo a perda da função intestinal e a necessidade de reconstruções de trânsito intestinal. Em outras palavras, essa cirurgia pode exigir outras cirurgias complementares.
Neste artigo, discutiremos as reconstruções de trânsito intestinal após gastrectomia total e parcial para o tratamento do câncer gástrico, bem como as principais complicações associadas a cada uma delas.Você também pode ver aqui muitos vídeos explicativos relacionados a Câncer.
Reconstruções de Trânsito Intestinal após Gastrectomia Total
A gastrectomia total envolve a remoção de todo o estômago, bem como a junção esofagogástrica. Essa cirurgia geralmente requer uma reconstrução de trânsito intestinal para permitir que o paciente possa comer e digerir alimentos normalmente. As três principais técnicas utilizadas para a reconstrução de trânsito intestinal após gastrectomia total são a esofagogastrostomia, a gastrojejunostomia em Y de Roux e a jejunostomia em Y de Roux Vamos então ver cada uma delas.
Esofagogastrectomia | Gastrectomia Total
A esofagogastrectomia é uma técnica que consiste em unir o esôfago distal diretamente ao intestino delgado. Essa técnica é relativamente simples, mas apresenta várias desvantagens. A principal delas é a perda da função do esfíncter esofágico inferior, que pode levar à refluxo ácido e disfagia. Além disso, a perda do reservatório gástrico pode levar a sintomas de dumping, que incluem náusea, diarreia e tontura.
Gastrojejunostomia em Y de Roux
A gastrojejunostomia em Y de Roux é uma técnica que envolve a criação de uma bolsa gástrica no intestino delgado, seguida da ligação desse segmento ao esôfago. Essa técnica tem a vantagem de manter a função do esfíncter esofágico inferior, mas pode ser complicada de realizar e pode exigir uma reconstrução mais extensa. As complicações comuns da gastrojejunostomia em Y de Roux incluem a síndrome de Roux, que pode causar náusea, vômito e dor abdominal, bem como obstrução intestinal e ulceração da anastomose.
Y de Roux e Billroth II são duas clássicas reconstruções de trânsito.
Jejunostomia em Roux-en-Y
A jejunostomia em Roux-en-Y é uma técnica que envolve a criação de uma bolsa gástrica no intestino delgado e a ligação desse segmento ao intestino delgado em uma posição distal. Essa técnica é menos comum que as outras duas, mas pode ser usada em pacientes com obstruções gástricas ou distúrbios gastrointestinais pré-existentes. A jejunostomia em Roux-en-Y também pode ser utilizada como um procedimento temporário antes de uma reconstrução mais extensa.
As principais complicações dessa técnica incluem a proteção intestinal, a formação de fístulas e a perda de peso a longo prazo.
Reconstruções de Trânsito Intestinal após Gastrectomia Parcial
A gastrectomia parcial envolve a remoção apenas de uma parte do estômago, geralmente o terço inferior. Essa cirurgia pode exigir uma reconstrução de trânsito intestinal, dependendo da quantidade de estômago removido e da extensão da cirurgia.
As duas técnicas mais comuns utilizadas para a reconstrução de trânsito intestinal após gastrectomia parcial são a gastroduodenostomia e a gastrojejunostomia em Billroth I e II.
Gastroduodenostomia
A gastroduodenostomia envolve a ligação direta do estômago remanescente ao duodeno. Essa técnica é relativamente simples e pode ser realizada em pacientes com um estômago remanescente adequado. No entanto, a gastroduodenostomia pode resultar em refluxo biliar, que pode causar náuseas e vômitos, bem como uma maior incidência de úlceras pós-operatórias.
Gastrojejunostomia em Billroth I e II
A gastrojejunostomia em Billroth I envolve a ligação do estômago remanescente ao jejuno proximal, enquanto a gastrojejunostomia em Billroth II envolve a ligação do estômago remanescente a uma alça jejunal distal. A gastrojejunostomia em Billroth I é geralmente preferida, pois resulta em uma menor incidência de dumping e preservação intestinal. No entanto, a gastrojejunostomia em Billroth II pode ser usada em pacientes com um estômago remanescente muito pequeno ou em casos de deficiência intestinal prévia.
As complicações da gastrojejunostomia em Billroth I e II incluem a síndrome de dumping, infecção intestinal, úlceras pós-operatórias e refluxo biliar.
Conclusão
A recuperação do trânsito intestinal após a gastrectomia total e parcial é essencial para garantir que os pacientes possam comer e digerir alimentos considerados após a cirurgia. No entanto, cada técnica de reconstrução apresenta suas próprias complicações, incluindo refluxo ácido, disfagia, dumping, internação intestinal, úlceras pós-operatórias e perda de peso a longo prazo.
É importante que os cirurgiões e equipes de saúde discutam essas complicações com os pacientes e os ajudem a escolher a técnica de reconstrução mais adequada para suas necessidades individuais. Além disso, os pacientes devem receber cuidados pós-operatórios adequados e monitoramento regular para detectar e tratar quaisquer complicações que possam ocorrer.
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Autor Médico: Cleuber Barbosa de Oliveira – CRM 36865-MG | RQE Nº: 23713 Cancerologia / Cancerologia Cirúrgica | RQE Nº: 23712 – Cirurgia Geral