A Graviola (Annona muricata) é uma fruta tropical originária da América Central e do Sul, que tem sido usada há séculos na medicina popular para tratar uma variedade de doenças. Ultimamente, tem-se falado muito sobre os benefícios da graviola no combate ao câncer. Mas quais são os reais benefícios da Graviola no tratamento do câncer?
A pesquisa científica sobre o potencial anticancerígeno da Graviola é limitada, mas alguns estudos preliminares sugerem que a fruta pode ter propriedades quimioterápicas e citotóxicas, ou seja, pode ajudar a matar células cancerígenas. Um estudo publicado em 2019 na revista “Pharmacognosy Reviews” relatou que extratos de graviola demonstraram atividade citotóxica significativa em células cancerígenas in vitro e em modelos animais. Isso porém não significa necessariamente que em humanos possa funcionar da mesma forma.
Segundo estudo publicado na revista científica Oxidative Medicine and Cellular Longevity mostrou que a graviola possui potencial anticâncer e esse benefício deve ser explorado de forma mais abrangente. Mas ainda precisam ser realizados mais estudos e uma investigação mais detalhada para explicar melhor o potencial anti-inflamatório e anticancerígeno do alimento e ter certeza de que ele pode ajudar realmente quem tem a doença.
Outro estudo, publicado em 2016 na revista “Frontiers in Pharmacology”, relatou que a graviola pode inibir o crescimento de células cancerígenas de diferentes tipos de câncer, incluindo câncer de mama, pulmão, próstata e pâncreas. Os pesquisadores atribuíram esses efeitos à presença de compostos bioativos na Graviola, incluindo as acetogeninas anonáceas.
Embora esses estudos sugiram que a Graviola possa ter benefícios no combate ao câncer, é importante ressaltar que essas pesquisas foram conduzidas em laboratórios e em modelos animais, e mais estudos são necessários para determinar se esses efeitos podem ser replicados em seres humanos.
Além disso, a Graviola contém uma variedade de compostos bioativos que podem ter benefícios para a saúde, incluindo antioxidantes, anti-inflamatórios e antimicrobianos. No entanto, a ingestão de grandes quantidades de Graviola pode levar a efeitos colaterais, como náusea, vômito e neuropatia periférica, devido à presença de certos alcaloides. Portanto, é importante falar com um profissional de saúde antes de adicionar a Graviola à sua dieta.
A fruta contém toxinas que podem entrar no cérebro, as chamadas acetogeninas. Uma fruta parecida, a Cycas circinalis foi alvo de controvérsia. Seu consumo excessivo foi associado ao desenvolvimento de uma forma atípica da doença de Parkinson nas ilhas de Guadalupe, Guam e Nova Caledônia.
Portanto, devido a suas substâncias a graviola pode ser contra-indicada para pessoas com doenças neurológicas. Outro problema é que a graviola, por ter propriedades redutoras da pressão, é portanto é contraindicada para quem sofre de hipotensão, o que pode agravar as crises.
A semente de graviola contém muitas substâncias contendo ácido cianídrico, que podem causar intoxicação se consumidas em excesso. Grávidas também devem evitar a ingestão porque pode estimular as contrações e assim complicações na gravidez.
O uso contínuo de graviola pode ter efeitos colaterais, e pode ser prejudicial para a saúde em doses elevadas. Alguns dos efeitos colaterais relatados incluem:
É importante lembrar que a graviola não é um tratamento comprovado para o câncer ou qualquer outra doença. É importante conversar com um profissional de saúde antes de usar a graviola ou qualquer outro suplemento para tratar qualquer condição de saúde.
A Graviola pode ter benefícios potenciais no combate ao câncer, mas mais pesquisas são necessárias para determinar a extensão desses benefícios. Se você está lutando contra o câncer, converse com seu médico sobre as opções de tratamento disponíveis e siga as recomendações de seu profissional de saúde.
O paciente oncológico em tratamento, principalmente em curso de quimioterapia ou que irá ser submetido a um procedimento cirúrgico, portanto situações que causam queda da imunidade devem pensar bem no uso de alimentos fora do recomendado pela equipe oncológica.
Quem está em tratamento contra o câncer nunca deve abandonar o tratamento convencional. Porém é claro, que tratamento alternativos são uma opção para o paciente, desde que complementares. Importante nunca exagerar nas quantidades. A equipe médica e multidisciplinar deve estar ciente dos tratamentos alternativos, para poderem identificar quaisquer efeitos colaterais que por ventura venham surgir.
Não há dúvidas que lutar pela vida é sim um direito de todos, porém as ações dentro de um contexto de tratamento contra o câncer p ser tomadas de forma responsável.
Não há evidências científicas suficientes que comprovem que a graviola (Annona muricata) possa curar o câncer. Embora existam estudos preliminares que sugerem que alguns compostos presentes na graviola possam ter propriedades anti-cancerígenas, esses estudos foram realizados em laboratório ou em animais, e não em humanos.
Além disso, a graviola pode ter efeitos colaterais e interações com medicamentos, por isso é importante conversar com um profissional de saúde antes de usá-la para tratar qualquer condição de saúde, incluindo o câncer.
Referências científicas:
Complementando, aqui estão algumas referências confiáveis que apontam a falta de evidências científicas para o uso da graviola no tratamento do câncer e alertam para a presença de compostos potencialmente tóxicos na planta:
Essas referências são fontes confiáveis e respeitadas no campo da medicina e saúde pública, e oferecem informações importantes sobre o uso de suplementos dietéticos e terapias complementares para o tratamento do câncer. É sempre importante consultar um profissional de saúde antes de utilizar qualquer tipo de suplemento ou terapia alternativa para o tratamento do câncer, e seguir as orientações médicas em relação ao tratamento convencional.
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Autor Médico: Cleuber Barbosa de Oliveira – CRM 36865-MG | RQE Nº: 23713 Cancerologia / Cancerologia Cirúrgica | RQE Nº: 23712 – Cirurgia Geral
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