Existem quatro tipos principais de câncer de tireoide:
Para o manejo clínico do paciente, os tumores de tireoide geralmente são classificados nas duas categorias a seguir:
1- Câncer de tireoide diferenciado. Incluem tumores bem diferenciados, tumores pouco diferenciados e tumores indiferenciados (papilares, foliculares ou anaplásicos).
2- Carcinoma medular de tireoide.
Tumores bem diferenciados (carcinomas papilíferos e foliculares da tireoide) são altamente tratáveis e geralmente curáveis.
Os tumores pouco diferenciados e anaplásicos da tireoide (carcinoma anaplásico da tireoide) são menos comuns, são agressivos, metastatizam precocemente e têm um prognóstico ruim. O carcinoma medular da tireoide é um carcinoma neuroendócrino de prognóstico intermediário.
Às vezes, a glândula tireoide pode ser o local de outros tumores primários, como sarcomas, linfomas, carcinomas de células escamosas e teratomas. Além disso, a tireóide raramente é o local de metástase de outros tipos de câncer, particularmente de pulmão, mama e rim.
Número de novos casos e mortes por câncer de tireoide nos Estados Unidos em 2023: Novos casos: 3.720. Mortes: 2120. O câncer de tireoide é mais comum em mulheres do que em homens entre as idades de 25 anos e 65. A incidência dessa malignidade aumentou na última década. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 13.780 novos casos de câncer de tireoide (1.830 em homens e 11.950 em mulheres). Esses valores correspondem a um risco estimado de 1,72 casos a cada 100 mil homens e 11,15 casos a cada 100 mil mulheres.
O tecido tireoidiano envolve a parte superior da traquéia ( tubo que leva o ar da boca aos pulmões) logo abaixo da glândula tireoide e da cartilagem laríngea que forma a laringe. Em repouso, o istmo é frequentemente assimétricos os lobos direito e esquerdo. Sendo assim, geralmente as quatro glândulas paratireóides localizam-se atrás da glândula. Ao engolir, é possível sentir que a glândula tireóide sobe junto com a laringe – mais frequentemente na presença de um processo patológico – nódulo, bócio ou câncer.
Certamente, pacientes com histórico de radioterapia administrada na infância para doenças benignas da região de cabeça e pescoço (como aumento do timo, amígdalas ou adenóides; ou acne) têm um risco aumentado de câncer da glândula tireoide. Sendo assim, nesse grupo de pacientes, o câncer tireoideano aparece 5 anos após a radioterapia e podem inclusive aparecer após 20 anos ou mais. Esse risco é mais alto ainda em crianças.
Outros fatores de risco para câncer de tireoide incluem o seguinte:
Os seguintes exames,e procedimentos são usados no diagnóstico e estadiamento do câncer de tireoide:
A Cirurgia no câncer de tireóide é sem dúvida o principal tratamento para quase todos os tumores desta glândula. Exceto porém para um tipo de câncer muito agressivo, chamado de carcinoma anaplásico de tireoide.
Se o câncer de tireoide for diagnosticado por uma punção, chamada de biópsia aspirativa com agulha fina (FNAB), a cirurgia para remover o tumor ou o restante da glândula tireoide geralmente é recomendada.
Esta cirurgia às vezes é usada para tratar o câncer de tireoide diferenciado (papilar ou folicular). O lobo que contém o câncer geralmente é removido junto com o istmo (a parte que conecta os lobos). Realmente é muito importante a retirada do istmo, pois caso ele não seja retirado junto com um dos lados, poderá hipertrofiar e causar uma deformidade na região central do pescoço. Fica semelhante ao gogó do homem.
Uma vantagem dessa técnica é sobretudo que o paciente não precisa necessariamente de terapia de reposição hormonal após a cirurgia. No entanto, a manutenção de um lado, consequentemente com tecido tireoidiano pode impedir outros exames, como exames de sangue de tireoglobulina, exames de tireoide e exames para diagnosticar possíveis recorrências.
A tireoidectomia é portanto a cirurgia mais comum para remover a glândula tireoide. Se toda a glândula for removida, é então chamada de tireoidectomia total. Após a retirada da glândula tireoide, o paciente deve sim fazer reposição hormonal diária. Uma das vantagens dessa técnica sobre a lobectomia é que possíveis recorrências podem ser monitoradas por cintilografia de tireoide e exames de sangue como a tireoglobulina para os tumores papilíferos e foliculares e a calcitonina, para o medular de tireóide.
Se os gânglios linfáticos do pescoço estiverem envolvidos, eles são removidos durante a cirurgia. Isto é particularmente importante no tratamento de câncer medular de tireoide.
Os linfonodos na cirurgia para o câncer papilífero ou folicular podem ser removidos durante a cirurgia. Se porventura houverem células remanescentes, elas podem ser tratadas com terapia de iodo, também chamada de radiodoterapia.
Os gânglios linfáticos próximos à glândula tireoide são frequentemente removidos durante um procedimento chamado dissecção do pescoço. A remoção de muitos linfonodos, incluindo os do pescoço, é chamada de dissecção radical modificada ou ainda linfadenectomia recorrencial.
Complicações graves da cirurgia da tireoide podem sim acontecer, mesmo com os cirurgiões mais experientes. A anatomia do nervo, incluindo sua espessura, posição, necessidade de manipulação ou ainda invasão da doença no nervo podem contribuir negativamente para o resultado. Portanto são complicações da tireoidectomia:
A idade parece ser o fator prognóstico mais importante em relação à cura do câncer de tireóide. O prognóstico ou seja, as chances de cura do carcinoma diferenciado (papilar ou folicular) sem extensão extracapsular ou invasão vascular é melhor em pacientes com menos de 40 anos de idade.
Pacientes considerados de baixo risco de acordo com os critérios de risco de idade, extensão metastática e tamanho têm menos de 50 anos. Inclue nisso, mulheres e homens com menos de 40 anos sem metástases.
O grupo de baixo risco também inclui pacientes idosos com tumor papilar primário menor que 5 cm sem invasão extratireoidiana macroscópica e pacientes idosos com carcinoma folicular sem invasão capsular ou vascular significativa.
Usando esses critérios, um estudo retrospectivo de 1.019 pacientes mostrou uma taxa de sobrevida em 20 anos de 98% em pacientes de baixo risco e 50% em pacientes de alto risco.Série cirúrgica retrospectiva com história de 931 pacientes. Sendo assim, em pacientes não tratados com câncer diferenciado de tireoide descobriram que idade > 5 anos, histologia folicular, tumor primário > cm (T2-T3), extensão extratireoidiana (T ) e metástase foram fatores prognósticos adversos.
Fatores prognósticos favoráveis foram sexo feminino, multifocalidade e linfonodos regionais. No entanto, outros estudos mostraram que o envolvimento do linfonodo regional não teve efeito e não prejudicou a sobrevida.
Outra série retrospectiva de 1807 pacientes descobriu que a presença de linfonodos distantes. a metástase foi o melhor preditor de sobrevida, seguida pela idade.[21] Verificou-se que o limite de idade de 55 anos é o mais preditivo de sobrevida. Isso levou ao apoio internacional e multi-institucional de um limite de idade de 55 anos no sistema de estadiamento bem diferenciado da tireoide do American Joint Committee on Cancer/Union for International Cancer Control (AJCC/UICC) como um limite para risco -compartilhamento.
Essa análise de 9. 8 pacientes explicou a mudança no corte de idade de 5 para 55 anos na 8ª edição do AJCC Cancer Staging Manual usando o estadiamento AJCC/UICC para câncer de tireoide bem diferenciado, os gânglios linfáticos são contestados. O uso da biópsia do linfonodo sentinela pode ajudar a identificar pacientes com metástases ocultas que podem se beneficiar da dissecção do meio do pescoço. A imunocoloração difusa e intensa para o fator de crescimento endotelial vascular em pacientes com carcinoma papilar está associada a uma alta taxa de recorrência local e metástase.
Avaliações pós-operatórias.Os níveis séricos de tireoglobulina são mais sensíveis quando o paciente apresenta hipotireoidismo e níveis séricos de hormônio tireoidiano. A expressão do gene supressor de tumor TP53 também foi associada a um prognóstico ruim em pacientes com câncer de tireoide.
© Copyright – Universo Oncologia | www.universooncologia.com.br | Todos os Direitos Autorais Reservados.
Autor Médico: Cleuber Barbosa de Oliveira – CRM 36865-MG | RQE Nº: 23713 Cancerologia / Cancerologia Cirúrgica | RQE Nº: 23712 – Cirurgia Geral
Conheça nosso Canal do Youtube @universooncologia – Clique Aqui, Inscreva-se!